terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Mundo Moderno e a Segunda Lei da Termodinâmica


A Termodinâmica pode ser considerada uma filha da revolução industrial, já que seu objeto inicial como ciência foi compreender o conjunto das transformações da energia que naquele momento da história o homem aprendeu a mobilizar em quantidade e densidades jamais imaginadas anteriormente à criação da caldeira a vapor.
Ao longo de sua evolução a termodinâmica, que ampliou seu alcance para além das caldeiras e do Ciclo de Carnot, criou uma série de grandezas que visam explicar ou tornar quantificáveis certos fenômenos e comportamentos. Apropriando-se das definições de Energia, Trabalho e Calor originárias da Física, inventou a Entalpia, a Energia Interna, a Energia Livre de Gibbs, os coeficientes de atividade e também nossa querida Entropia.
Como afirmei no primeiro parágrafo, a termodinâmica foi criada para explicar fenômenos de um mundo que se industrializava. Daí a quantidade de coisas que podem ser facilmente entendidas no nosso cotidiano por aqueles tiveram um treinamento básico no assunto.
Com um pouquinho de termodinâmica entende-se porque um carro a gasolina ou a diesel é tão ineficiente, porque os carros elétricos podem almejar outro nível de aproveitamento da energia, o que seria elegantíssimo se na maior parte das vezes a energia elétrica não tivesse sido gerada em usinas térmicas através de processos quase tão ineficientes como o do próprio motor do automóvel. Também se pode entender porque a gela quando se abre a tampa provocando uma expansão adiabática, ou como funciona o ar condicionado. Andar num mundo decifrável nas suas pequenas coisas é um presentinho que a termodinâmica concede aos que passaram pela dificuldade de estudá-la.
Desde o início a termodinâmica, e a entropia em particular, cutucou aspectos do imaginário humano que de certa forma estão na base do que se constituiu como a fronteira da filosofia e da ciência, tão misturadas no início e que, a meu ver, começam a convergir novamente. Falo, por exemplo, das tentativas de se produzir o “moto–contínuo”, que foram transferidas dos laboratórios para as clínicas psiquiátricas depois que a termodinâmica desconstruiu qualquer expectativa de sucesso.










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